O autismo infantil é um tema que tem ganhado cada vez mais destaque, não só entre profissionais de saúde, mas também na sociedade em geral. Dados do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) mostram um aumento significativo nos diagnósticos: em 2000, havia um caso de autismo para cada 150 crianças nos Estados Unidos; já em 2020, esse número saltou para um caso a cada 36 crianças. Esse aumento levanta uma importante questão: por que o autismo infantil está se tornando mais comum?
O que explica o aumento nos diagnósticos?
Não existe uma única resposta para essa pergunta, mas várias hipóteses ajudam a entender esse fenômeno. Uma das principais razões é o maior acesso ao diagnóstico. Com o tempo, serviços de saúde se tornaram mais acessíveis, especialmente para grupos que antes eram subdiagnosticados, como crianças negras e hispânicas. Além disso, o preparo dos profissionais de saúde também desempenha um papel fundamental. Hoje, pediatras, professores e outros profissionais que têm contato direto com crianças estão mais conscientes dos sinais precoces do autismo. Isso facilita o encaminhamento das crianças para especialistas, que podem fazer um diagnóstico mais preciso.
Outro fator é a ampliação da compreensão do que é o autismo. Antigamente, a imagem de uma pessoa autista estava associada a casos graves e mais evidentes. Hoje, sabe-se que o espectro autista é vasto, incluindo desde casos leves, que demandam menos suporte, até os mais complexos.
Fatores ambientais em estudo
Além dos fatores relacionados ao diagnóstico, existem também questões ambientais sendo estudadas. A idade mais avançada dos pais, o uso de certos medicamentos durante a gestação e o estresse gestacional são alguns dos fatores que podem contribuir para o aumento de casos. Contudo, ainda há muito a ser descoberto sobre a interação entre genes e ambiente no desenvolvimento do autismo.
O aumento dos diagnósticos de autismo infantil é um fenômeno multifatorial, que envolve tanto avanços no acesso e na qualidade do diagnóstico quanto possíveis mudanças ambientais. Compreender essas causas é fundamental para oferecer suporte adequado às crianças e suas famílias, além de continuar avançando na pesquisa e nas práticas de saúde.