Stims, ou comportamentos repetitivos, são movimentos ou ações que têm uma função sensorial e emocional importante, especialmente para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Embora o termo seja amplamente utilizado dentro da comunidade autista, muitas pessoas fora desse contexto podem não entender completamente sua função e relevância.
Esses comportamentos, que podem variar de movimentos físicos como balançar as mãos ou chacoalhar o corpo, até sons ou ações como estalar os dedos ou repetir palavras, são uma forma natural de autorregulação para quem está no espectro autista. Eles ajudam a lidar com os estímulos sensoriais do ambiente e a gerenciar emoções, oferecendo uma sensação de controle e equilíbrio diante de situações que podem ser sobrecarregadas ou desafiadoras.
A função dos stims no cotidiano
Para muitas pessoas com TEA, os stims desempenham um papel vital em sua capacidade de se autorregular. Cada pessoa pode utilizar diferentes formas de stimming de acordo com suas necessidades sensoriais e emocionais, e essas ações variam de acordo com o contexto. Para alguns, os stims ajudam a processar e adaptar-se ao excesso de estímulos do ambiente, enquanto para outros, servem como uma forma de aliviar o estresse ou a ansiedade.
Os stims podem envolver qualquer um dos sentidos, como visão, audição, tato, olfato, entre outros. Por exemplo, alguém pode balançar ou rodar para se acalmar, ou até fazer sons repetitivos para lidar com a ansiedade. Tais comportamentos, longe de serem “problemáticos”, são, na realidade, uma estratégia importante para a pessoa se ajustar e se manter emocionalmente equilibrada.
Estímulos sensoriais e os “stim toys”
Um exemplo comum para ajudar a facilitar o stimming são os chamados “stim toys”, ou brinquedos sensoriais. Esses objetos são desenvolvidos para atender às necessidades sensoriais das pessoas com TEA, proporcionando uma experiência tátil, auditiva ou visual que ajuda a regular os sentidos e a controlar a sobrecarga sensorial.
Brinquedos de silicone, fidget spinners, bolinhas de estourar e outros objetos são usados para promover o stimming de forma segura e controlada, permitindo que a pessoa se acalme e mantenha o foco. Embora esses brinquedos não sejam essenciais, muitos encontram neles uma forma eficaz de lidar com as necessidades sensoriais do dia a dia.
Cada pessoa com TEA é única, e, portanto, os stims variam amplamente de uma pessoa para outra. O que funciona para uma pessoa pode não ser eficaz para outra. Esse é um dos motivos pelos quais o autismo é chamado de “espectro” — a diversidade de experiências e comportamentos dentro do espectro é imensa.
É fundamental reconhecer que os stims são uma parte natural e essencial do cotidiano de muitas pessoas com TEA. Eles são uma ferramenta de autorregulação e devem ser respeitados como tal, permitindo que as pessoas se sintam mais à vontade em seu próprio corpo e no ambiente ao seu redor.