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Adaptação escolar para crianças com TEA

A escola e a criança com TEA
As estratégias a serem adotadas devem englobar todo o ambiente escolar e não somente a sala de aula.

O início ou retorno escolar representa uma mistura de novidades e sensações que irão exigir flexibilidade cognitiva e comportamento adaptativo das crianças. Para uma criança neurotípica situações como essas já podem causar um certo desconforto e desencadear quadros de ansiedade. Do mesmo modo, se falarmos de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), ou neuroatípicas, poderá ocorrer o mesmo sentimento, porém nessas últimas o impacto pode ser muito maior, pois essas circunstâncias as obrigam a sair de sua rotina previsível e normalmente com poucas exigências sociais. 

 

A adaptação de crianças com necessidades especiais nas escolas deve ser iniciada já na escolha da instituição. Antes da efetivação da matrícula, a família deve se planejar para o início do processo de pesquisa e visita às escolas, deve questionar e avaliar o potencial e preparo do espaço acadêmico para acolhimento e desenvolvimento da criança. Deve-se também levar em consideração a aptidão da instituição e dos profissionais para oferecer o acolhimento também para as famílias dando os suportes necessários. O tripé do sucesso em casos de inclusão é composto pelos fatores: Família – Terapias – Escola, estes interligados e sendo trabalhados com o alinhamento dos profissionais fará toda diferença nos resultados e avanços da criança.

 

Em primeiro lugar, espera-se que as instituições procurem entender as necessidades do novo aluno, o que pode ser feito por exemplo, através de uma anamnese com os pais. A partir dos dados obtidos, devem ser elaborados projetos e estratégias válidas de inclusão. A anamnese será o mapa que servirá como guia para os profissionais nesse processo. Deve-se levar em consideração acima de tudo que, não há um modelo padrão, cada inclusão será sempre um novo desafio e cada habilidade e interesse individual da criança, assim como os déficits que este possa apresentar, será o ponto de partida para orientar e intervir nos processos de aprendizagem.

Os educadores precisam ter conhecimento prévio das habilidades e dificuldades da criança para que posteriormente, possa acontecer o aprendizado.

O próximo passo e o mais importante é a elaboração do PEI-Plano de Ensino Individualizado, que é parte fundamental nesse processo. A inclusão sem um PEI é somente a efetivação da matrícula da criança e não trabalhará suas habilidades e nem contribuirá para o seu desenvolvimento.

 

 

As estratégias a serem adotadas devem englobar todo o ambiente escolar e não somente a sala de aula. Esta será a base que fará com que a criança “transite” pelos demais ambientes da instituição, porém todos devem fazer parte e estar envolvidos para o sucesso das inclusões.

A inclusão vai muito além do que é visível, é necessário sensibilidade para perceber diversos aspectos como a necessidade de adaptação não só de espaços físicos, mas também da didática e do preparo da equipe e dos envolvidos como um todo. Ou seja, desde a portaria até a lanchonete/cantina, os profissionais devem estar cientes e treinados para participarem do processo das inclusões.

 

É ainda recomendável, de acordo com a faixa etária dos alunos, que haja o preparo da turma para a recepção do coleguinha atípico e este assunto deve ser abordado com a classe sempre que necessário de maneira bem planejada, com muito cuidado e empatia afinal, nada ensina mais do que o próprio exemplo.

Ainda dentro do projeto de inclusão, é necessário verificar a necessidade de possível adaptação física nos espaços onde acontecerão as atividades com a criança bem como a necessidade do acompanhamento de um Atendente Terapêutico (AT) que a auxiliará tanto dentro quanto fora da sala de aula. O ambiente escolar é o mais rico universo para se trabalhar questões sociais e é a figura do AT que desempenhará a importante função de direcionar e auxiliar a criança na aquisição dos comportamentos adequados para experenciarem da forma mais natural possível, as situações de vida diária.

 

Um projeto cuidadoso, detalhado e que envolva toda a equipe e alunos, além de proporcionar um acolhimento empático e amigável, poderá evitar que a criança seja submetida a momentos de estresse, constrangimentos e reações opositoras.

 

Por fim, vale ainda lembrar que pessoas com Transtorno do Espectro Autista e pessoas com deficiências físicas, intelectuais ou múltiplas têm direitos previstos por leis específicas e cabe a todos nós cidadãos atentar e zelar para que estes sejam aplicados. Seguem links abaixo.

 

 Lei nº 12.764
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm (Acesso em 02/02/2022)

 

 Lei nº 13.146
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm (Acesso em 02/02/2022)

 

 

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